Seleção e aptidão para a fibra - Como preparar o curió para Competição de Roda.


Critérios de Seleção

“A fibra” embora seja um conceito intuitivo e de fácil compreensão, não nos tem permitido avançar no seu estudo por questões de “Gênese”. A complexidade que envolve o conceito “Fibra” é fator inibidor e porque não dizer desestimulador das manifestações sobre o assunto, daí, supormos a existência de “Técnicas & Manejos” inconfessáveis por parte daqueles que as usam e conseguem extraordinário sucesso nos Torneios.

Competição de Roda

A conceituação da “Fibra” e aí generalizo (Curió, Bicudo, Coleiro, Azulão, etc.) é o principal fator de entendimento das bases que levará um criador a proceder a uma seleção criteriosa para obtenção de bons pássaros de fibra. (para competição de “Roda”).
Precisamos em primeira instância estabelecer quais “Fatores de Qualidade” deverá possuir determinado pássaro para qualificar-se como “Pássaro de Fibra” (para competição de “Roda”). A identificação destes “Fatores” e a sua priorização no plantel, bem como os percentuais de ocorrências destes, para que o pássaro renda de forma satisfatória, constitui a base da formação de um bom Exemplar de Fibra. (Para competição de Roda).
Faz-se necessário que se estabeleça quais fatores são Genéticos (Hereditários) e quais fatores são adquiridos mediante Manejo (Treinamento). É de suma importância na Fibra o conhecimento dos aspectos Genéticos e dos aspectos Adquiridos para que não se busque na genética comportamentos que só obteremos mediante muito condicionamento e treino. Esta distinção é fundamental, bem como, os métodos para sua obtenção. Sabemos que inclusive podem variar de um pássaro para o outro, isto em função do Gênero e dos percentuais genéticos dos ditos “Fatores” responsáveis pelo surgimento da Fibra.

Identificação e Determinação dos Fatores que compõem a Fibra

A identificação e determinação dos fatores que compõem a Fibra de um pássaro (entendemos a “Fibra” como sendo a capacidade que determinado pássaro possui de manter por várias horas o seu temperamento valente, quando exposto à presença de seus semelhantes) podem ser observados a partir de procedimentos práticos que nos levarão a identifica-los e qualifica-los quanto a sua presença e intensidade. Podemos ainda identificar os níveis de agressividade e eficiência na competição de Roda. Esta determinação dos fatores envolvidos na Fibra e portada por determinado pássaro, são medidos em função das suas reações na presença de um semelhante. Teremos aí alguns aspectos a observar:

1. Aproximamos a gaiola de um pássaro adulto, a gaiola de um outro semelhante. Se ocorrer o “Atesto” ou seja, ambos os pássaros atiram-se contra as grades da gaiola demonstrando valentia e agressividade “Física” a ponto de se mutilarem mutuamente caso ocorra o contato físico.
Observamos aí a presença do “Fator de Ataque” que se externa como postura de defesa da Gaiola pela simples aproximação do semelhante. Neste caso, habituam-se a este comportamento e muitas vezes são estimulados (treinados) pelos seus proprietários a agirem desta forma como demonstração de “Valentia”. Esta prática é condenável e totalmente equivocada, pois, estimula o pássaro a desenvolver o fator de “Ataque Físico” inutilizando-o para o desenvolvimento do fator de “Disputa Canora”.
Pássaros viciados em “Atesto” com alto desenvolvimento do fator “Ataque Físico” geralmente se estressam com a presença do semelhante, apresentando um “Enfezamento” de tal ordem, que só após algum tempo, às vezes até horas, abrem o conto no estilo “Surdina” e apresentam um estado de agitação capaz de se auto demolir em muito pouco tempo. Outros só abrem o canto após passarem pela prova de “Atesto”, e necessitam deste estimulo com muita freqüência para se manter cantando.
Pássaros dotados do fator “Ataque Físico” não desenvolvem satisfatoriamente o fator de “Disputa Canora” não atingindo a performance hoje exigida nos Torneios de Disputa de Fibra em Roda, com gaiolas desencapadas e aproximação lateral máxima de 20,0cm.

2. Aproximamos a gaiola de um pássaro adulto, a gaiola de um outro semelhante. Não observamos propriamente um “Atesto” e sim um comportamento de “Armada”, “Pegada” ou “Presa”. Um dos Pássaros em questão efetua uma movimentação característica conhecida com o nome de “Armadilha” resultando na “Pegada” do adversário mediante a “Presa” conhecida como “Presa de Acorrentamento” neste caso não necessariamente ocorre o Fator de Ataque Físico e sim a “Pegada ou Presa”. Os pássaros que assim se comportam demonstram a sua valentia de forma bastante diferenciada daquela que buscamos desenvolver nas competições de Fibra mediante a disputa de canto, logo, pássaros com estas características não se enquadram no perfil exigido para Torneios de Fibra.

3. Aproximamos a gaiola de um pássaro adulto, a gaiola de um outro semelhante. Aparentemente nada acontece! Percebemos uma certa indiferença entre eles, chegando a ponto de um posar de costas para o outro.
Estaríamos a observar dois pássaros “Frios de Temperamento?” Talvez... Se logo em seguida um deles não abrisse o canto, para desespero do outro. Estamos finalmente a observar pássaros dotados do “Fator Fibra” aonde se estabelece a liderança sem lutas corporais, única e exclusivamente mediante o fator de “Disputa Canora” para estabelecimento da hierarquia e dominação.
A Disputa Canora entre Curiós neste caso é “Inata” e deve ocorrer sem “Atestos” ou provocações mediante posturas agressivas. O curió deve manter-se calmo e sem perturbações de qualquer ordem, o canto deve fluir impávido (sem pavor, destemido, afoito, intrépido denodado e ameaçador) e manter-se pelo tempo que se fizer necessário.
Mediante o exposto, podemos sem embaraço identificar se determinado Pássaro possui ou não aptidão para Fibra. É necessário que demonstre a presença do “Fator Fibra” em seu temperamento. A identificação do “Fator Fibra” é “Pré-Requisito” indispensável para que se possa iniciar um trabalho de condicionamento e treinamento na “Roda” objetivando dotar o Curió em questão das condições necessárias a competição.

Produção e Desenvolvimento de Curiós Para Fibra

A Origem

Até bem pouco tempo a maioria dos curiós com aptidão para fibra eram procedentes da Caça Silvestre. Ressalvo aí o trabalho de abnegados criadores que na sua maioria produziam excelentes pássaros com aptidão para fibra apesar de serem obrigados a competir com a abundante oferta mateira proveniente do tráfico. A oferta de Curiós portadores de “Canto Mateiro” proveniente da caça predatória, ocorria aos milhões por todo o Brasil. Esta oferta constituía um gigantesco universo a disposição dos interessados, que, selecionavam os melhores exemplares entre milhares que chegavam ao seu alcance. Este fato prejudicou em muito o desenvolvimento das criações voltadas a Fibra, que se desenvolviam dentro de um universo bem mais restrito.
Enquanto um “Mega” criador produzia 300 filhotes machos por ano para dentre eles selecionar os 10 melhores, a oferta “Mateira” a depender da região superava esta quantidade de filhotes aos milhares. A competição era desigual e provocava um desestimulo muito grande a produção dos curiós portadores do “Fator Fibra”.

A Legislação

Graças à interferência do Ministério Público Federal na Bahia, vivenciamos as In(s) 5 e 6 e mais recentemente a IN-1 / 93. A legislação é finalmente aprimorada. Os Criadores Comerciais passam a dispor dos instrumentos adequados para desenvolverem o seu trabalho sem a competição predatória e abundante dos “Mateiros”, daí a busca e o interesse pelas Técnicas de Produção e Manejo para obtenção de excelentes pássaros de fibra. O momento é sem dúvida de aprendizado. Com a redução do universo da oferta mateira e da conseqüente seleção, a atenção se volta para a produção em ambiente doméstico, e não podemos produzir 300 para selecionar 10. Daí a necessidade do estabelecimento dos “Critérios de Seleção” e “Aprimoramentos Genéticos”.
Precisamos sem dúvida conhecer mais esta característica tão apreciada que é a Fibra, o momento é de aprendizado, e não podemos conviver com “Segredinhos” simplesmente porque eles não existem. O retorno das nossas observações à vida silvestre, em busca das verdadeiras informações que conduzirão a criação nacional à obtenção de excelentes pássaros de Fibra, é sem dúvida o maior segredo. A natureza é a grande escola de todos nós, observar o comportamento dos Curiós de Fibra em seu habitar natural é sem dúvida a grande saída para o aprimoramento das criações domésticas.

A Seleção para Fibra

A exemplo do que observamos na natureza, implantamos na vida doméstica. Reproduzimos o mesmo ambiente observado na vida silvestre, é claro que em escala infinitamente menor, entretanto, mantemos as mesmas características observadas na natureza para que se manifestem os mesmos comportamentos. É como se observássemos a vida silvestre em escala reduzida no quintal da nossa casa, sobre o nosso controle, daí não só entenderemos o processo, como seremos capazes de interferir para aprimora-lo.
Neste processo que propomos não existem segredos, o criador apenas necessita ser dotado da aptidão para observar o comportamento em grupo dos Curiós, proporcionando a seleção dos mais aptos a desenvolverem a Fibra”.
Para obtenção de Curiós dotados do “Fator Fibra” torna-se indispensável que seus genitores portem estes fatores, logo, obteremos na prole a transmissão mediante processo de hereditariedade.
O “Fator Fibra” se manifestará espontaneamente nos filhotes após conclusão da Muda de Ninho e precisam ser exercitados. Este exercício define a hierarquização e socialização entre os componentes do grupo que iremos formar. Como não poderia deixar de ser, as observações serão feitas em grupo. A pratica do treinamento na “Roda” nada mais é que a repetição do que ocorre na vida silvestre, logo, precisamos conduzir os filhotes desde muito a desenvolver em grupo as suas aptidões de “Liderança” mediante o exercício do canto fibra.
Os filhotes comprovadamente machos são conduzidos para um amplo viveiro em número máximo de 5 a 8 filhotes, sendo introduzidos todos simultaneamente (no mesmo momento). É importante que se proceda a uma única introdução para que venham a competir em condições igualitárias entre si.
Observamos aí todo o período do Corrichar que no caso dos Curiós geneticamente aprimorados ou em fase de aprimoramento dura no máximo 90 dias, quando se iniciam os primeiros assovios.

Observações a serem feitas

1. Corricham em grupo (bando) de forma harmônica e pacífica.

2. Observamos o surgimento entre eles de uma "Hierarquia" com o surgimento de um ou dois lideres que cantam mais, e cada vez mais alto.

3. Observamos a liderança destes sobre o resto do grupo.

4. Observamos o surgimento dos primeiros assovios dos líderes do grupo que iniciam a cantoria "Na Cara" dos demais componentes do grupo.

5. Surgem em seguida as disputas de canto com o estabelecimento de territórios que vai desde o líder impedir os demais de beberem água ou de pousarem em determinado poleiro, pois estabelecera como seu território o bebedouro ou até mesmo comedouro, observamos aí o surgimento de “perseguições” entre eles.

6. Neste momento devemos separar os dois líderes em gaiolas individuais que permanecerão dentro do viveiro até a muda de ninho, quando serão removidos para um recinto tranqüilo para efetuarem a muda.

7. Nesta fase os demais membros do grupo ainda poderão ser usados por mais 10 meses após a muda dos lideres (acredito) com estes no interior do viveiro, contudo, engaiolados.

8. Após a muda de ninho os lideres de um grupo de 08 já com canto definido passarão a exercitar-se na Arte da Fibra em Rodas, retornando-se sempre ao viveiro aonde permanecerão engaiolados na presença dos demais membros do grupo, que permanecerão sempre soltos.

9. Após 14 meses já pretos procedemos gradativamente ao "Desmame" ou seja, a retirada gradual do convívio dos companheiros de viveiro.

Saliento que os indivíduos pertencentes ao grupo deverão continuar os treinamentos na Roda. Incorporamos de forma gradual novos elementos a cada treino e não mais retornamos ao convívio coletivo do viveiro. Este procedimento visa a adaptação gradual e progressiva da incorporação de novos indivíduos a Roda até o momento em que chegaremos ao primeiro torneio de fibra.
Acreditamos ser este o melhor método para a seleção e desenvolvimento de pássaros para a pratica da disputa em Rodas de Fibra. É como se fosse uma Escola de Formação de filhotes para Fibra, entretanto, muito do que relato carece de estudos mais apurados para estabelecimento do Manejo, que pode diferir entre os mais variados grupos.
A complexidade do assunto bem como o equacionamento de todas as variáveis envolvidas no desenvolvimento da Fibra tem dentre muitas, uma de primordial importância que é a “Vetorização do Canto Fibra”, que deve ter características próprias e bem definidas como, por exemplo, ser "Curtíssimo e Ameaçador", dotado de alto nível de agressividade, se possível envolvendo sons emitidos pelos Predadores da Espécie em questão.

Biografia - Criatório Fortaleza - Três Pontas-MG


Uma vez ouvi alguém dizer, não lembro quem:
Um homem quando deixa de sonhar, deixa de viver!
Bela frase motivacional!
Veja abaixo a história do Sr. Ronaldo de Assis Pereira, residente em Três Pontas-MG, homem persistente e determinado, que tinha  em mente idéias, um sonho, um projeto e no fim uma realização, montar um Criatório de Curió e encartar o canto praia grande clássico em seus curiós!
Um exemplo a ser seguido por todo curiozeiro com sonho semelhante, com determinação, persistência e força de vontade,  montar o tão sonhado criatório de curió!
Leiam e apreciem!
O Editor.


Minha paixão por pássaros vem desde criança, meu pai era passarinheiro e eu sempre estava junto a ele, e daí também me tornei um passarinheiro, na nossa casa tinha diversos tipos de pássaros, na época não tínhamos pássaros de destaque, sempre ouvia alguns amigos falar sobre o curió que era um pássaro muito apreciado pelo seu canto, daí minha curiosidade foi despertada para conhecer esse canto muito apreciado, mas somente no ano de 1990 adquiri meu primeiro curió, posteriormente filiei-me a FEOMG e logo em seguida a Sociedade de Criadores de Bicudos e Curiós de BH.
Em meados do ano de 2001 fui transferido do trabalho para cidade de Três Pontas no sul de Minas Gerais, trazendo comigo alguns curiós da minha cidade natal Belo Horizonte-MG, frutos de minha criação, curiós estes direcionados para canto Paracambi que era muito apreciado em Minas gerais e Rio de Janeiro, já nos primeiros contatos com passarinheiros daqui da região de sul de Minas Gerais, só ouvia falar de curió canto praia, pensei comigo estou fora da roda, então resolvi mudar minha criação para o canto praia grande.
Em 2003 fui até a cidade de Varginha-MG, para conhecer um curiozeiro conhecido pelo nome de Sr. Argentino, tendo adquirido dois curiós, um já preto de nome Canto Alegre e outro pardo o qual dei nome de Padre Victor em homenagem ao padroeiro da cidade de Três Pontas-MG, e foi com este curió, Padre Victor, que me senti feliz e realizado, pois seria meu primeiro repetidor e que por falta de experiência de minha parte, não encartou o Canto Praia Grande Clássico. Os curiós criados pelo Sr. Argentino na sua maioria era adquiridos do Dimas do Criadouro Mineirinho e possuía também curió da raça Bico Branco.
No final do ano 2006 por motivo de saúde tive que afastar do trabalho, tendo que ir para BH para fazer o tratamento, minha companheira passou a cuidar dos curiós enquanto permanecia em BH, assim que voltei pra casa, resolvi começar meu criatório.
Com poucos recursos financeiros coloquei a mão na obra e resolvi fazer meu criatório nos fundos de minha casa, primeiramente fiz um cômodo dividido em dois ambiente independentes,  daí com uma fêmea adquirida de um amigo  da cidade de Lavras-MG, filha legítima do Pavarotti e Dayana, na temporada de 2007/2008 resolvi criar filhotes com Padre Victor e com a fêmea mencionada acima a qual recebeu o nome de Fortaleza, no final de 2007 fui na final do Torneio dos Campeões em SP onde em contato com o Sr. Odevar, passei a ser sócio da SERCA, somente na temporada 2008/2009 consegui minhas primeiras cria com Padre Victor e Fortaleza, apesar de nascerem alguns filhotes repetidores o canto não foi encartado, ficando igual o do pai, mesmo possuindo cinco cabines acústicas, mas ainda prevalecia minha falta de experiência.
No começo do ano 2009 adquiri na cidade de Pouso Alegre-MG, um filhote da raça Dragão e Bianca e no final de 2009 adquiri um pardo do Vitor Padovan de nome Comando Delta, genética do Montenegro e Canarinha e não parou por ai, mais um ambiente foi construído sendo o terceiro ambiente.
Agora uma grande realização no dia 05 de maio de 2010, fui até a cidade de Mundo Novo-MS conhecer o grande criador  FAXINA, segundo informações, este era o Mago dos Curiós e não deu outra além de uma excelente pessoa um criador nato de curiós sem sistemas, assim como grande amigo de Varginha-MG do Sr. Argentino, estando em Mundo Novo-MS na casa do Faxina, este me mostrou um pássaro já preto que não estava cantando, filho do Mister Mancha II e Velha e uma fêmea filha do Asterix II e Gaiolinha e falou leva que você vai ficar satisfeito, retornei para casa com o casal de curiós e para minha surpresa foi melhor do que a encomenda, pois o curió preto, após alguns dias já aqui em casa começou a soltar seu canto com muita excelência, valentia e repetição.
O Criatório Fortaleza em suas estruturas contam com 05 ambiente independentes, sendo 01 para acasalamento coberto com telha de policarbonato onde serão colocadas somente dez fêmeas para acasalar, fêmeas solteiras, maternidade, filhotes machos apartados tratados no palito e um quarentenário, atualmente 7 cabines acústicas e futuramente serão adquiridas mais 3 cabines.
Hoje, 06 de maio de 2011, um sonho realizado, o “Criatório Fortaleza”, feito com muita humildade e com meu suor e principalmente, com a força de DEUS.
Em 06.05.2011 completei 50 anos de idade e é tudo pura alegria “Obrigado Jesus”!
“Sou brasileiro responsável, cumpridor dos meus deveres, eu tenho o Direito de criar curiós.”
Obrigado Vilson, Editor deste Blog, por ter me cedido este espaço e a todos curiozeiros com um sonho igual ao meu, não desistir jamais!

Ronaldo – Três Pontas-MG.

Fone.: (035) 3265 1761 ou  9958 1738

Manutenção e manejo dos curiós. Período pré-temporada.

O Curió (Oryzoborus angolensis) é um dos pássaros canoros mais valiosos do país, podendo um bom exemplar ser trocado até por um automóvel zero quilômetro. Encontra-se distribuído em quase todo território nacional, de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, passando por estados da região Centro-Oeste. Seu canto, para muitos similar ao som de um violino, apresenta características diferentes para cada região do Brasil. Como exemplo de cantos classificados, temos no Maranhão o canto Tiriba ou Timbira, em São Paulo o Praia Grande, dividido em outros três tipos, em Santa Catarina o Florianópolis ou  Catarina, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais o Paracambi, na Paraíba o Vovô-viu e em Pernambuco o canto Vivi-te-téu entre outros, além dos cantos regionais não classificados.


Manejo nos meses de Agosto e Setembro

AGOSTO:


Normalmente neste mês inicia-se o período de preparo para a reprodução para a maioria das aves; oportunidade na qual deve-se proceder a assepsia das gaiolas com o produto "KILOL" (ou assemelhado), no caso específico das gaiolas de madeira. Quanto às gaiolas de arame, o procedimento deverá ocorrer no forno, a uma temperatura mínima de 100º C, por um período nunca inferior a 10 minutos.
Aqueles criadores que se utilizam de gaiolas de madeira, deverão estar atentos às tão indesejáveis infestações de àcaros, piolhos, bem como a proliferação de doenças infecto-contagiosas.


Face ao exposto, o sucesso de uma criação depende fundamentalmente de um ambiente corretamente higienizado, onde se pratica a limpeza constante dos excrementos fecais, evitando-se rigorosamente a utilização de "jornal" para a forração do piso das gaiolas, e praticando a troca diária da água, não obstante ainda estar atento à renovação frequente -; duas a três vezes ao dia, daqueles alimentos que se deterioram com maior facilidade, como por exemplo o ovo de galinha.

Portanto, há de ressaltar aqui que, um bom programa de higiene deve fazer parte do cronograma diário de atividades do criador.

Cumprido o programa acima, coloca-se as fêmeas em gaiolas individuais, bem como os respectivos ninhos, evitando encostá-los junto a paredes pois, segundo observações próprias, podemos afirmar que dificilmente ela irá chocar. Prevalecerá neste caso, o seu instinto defensivo, pois podem  transitar por ali, dia e noite, toda sorte de animais artrópodes, da classe dos insetos, tais como baratas, formigas, besouros, aracnídeos, repteis lacertílios (lagartixas), os quais irão perturbar a tranquilidade da ave.



Devemos incentivar as fêmeas, no seu instinto sexual, colocando a seu alcance, raízes de capim "rabo de burro", cuja palha é muito apreciada  algumas até completam com elas elas o seu ninho.


Observa-se que jamais deverão ser ofertados, em hipótese alguma barbantes, pois, se ingeridos, será fatal.

Associada a esta técnica, deve-se administrar vitamina "E ", pois, como sabemos, trata-se da vitamina da fertilidade.

       


SETEMBRO:

Primavera é o período no qual se incia a "cobertura".
Nesta fase, principalmente pela manhã, coloca-se a palha e deixa-se o macho "rachar" para a fêmea, sem contudo tirar a divisória entre as gaiolas. Uma boa técnica é despertar a curiosidade de ambos, abrindo a divisória lenta e gradualmente, sem retirá-la completamente e de uma só vez.
Seguro de que a fêmea pedirá "gala" e, após 10 a 25 minutos de observação, será feita a retirada literal da divisória, considerando que os dois passadores já estarão abertos.




Ocorrendo a "cobertura", deve-se repetir os mesmos procedimentos no dia seguinte. 

Entre 2 e 4 dias a fêmea colocará o primeiro ovo, geralmente chocando-o.
No sexto dia de choco deverá ser feita a "ovoscopia", colocando-se o ovinho entre os dedos indicador e polegar, em forma de círculo, com leve pressão entre os dedos, posicionando-o à frente de uma lâmpada. Com pouca prática logo será observada a diferença existente entre um ovo "galado", comparativamente a outro que esteja sem "gala" ou "ovo branco" que, como o próprio nome indica, este ovo, se confrontado à luminosidade de uma lâmpada, estará totalmente branco, enquanto que o outro apresentará em seu núcleo, estrias avermelhadas ou sanguinolentas.



Nascimento dos filhotes
Durante as 12 horas iniciais, as fêmeas costumam apenas aquecê-los, raramente saindo dos seus ninhos. Nesta primeira fase, deverá ser adotada uma vigilância constante, observando inclusive se os filhotes estão sendo alimentados e com que freqüência, socorrendo-os, se for o caso, com uma alimentação adicional como papinhas, hoje disponíveis no mercado. Uma boa papinha pode ser conseguida juntando ovo cozido e alpiste bem triturado, que poderá ser preparada no liquidificador doméstico.

                
Observa-se que muitas fêmeas, sendo ajudadas na alimentação de seus filhotes, geralmente se revelam ótimas criadeiras.
Para se constatar a saúde dos filhotes, uma boa prática é um leve toque no ninho. 


Estando em gozo de plena saúde, eles abrirão o bico gananciosamente. Caso contrário algo estará errado e, nestes casos específicos, verificar se estão com diarréia ou fungos localizados na parte interna do bico. No primeiro caso, corrigi-se com Terramicina 77 (01 grama para 50 ml de água) e, no segundo, com Nistatina(genérico)-uso humano (01 gota diretamente no bico ou 05 gotas em 50ml de água).
Até sair do ninho, deve-se verificar ,também, se o filhote tem comida no papo, bem como se as suas fezes estão envoltas numa membrana e se a fêmea as retira dali sem dificuldades. Caso contrário o filhote provavelmente estará diarréico.
Observa-se que, de 11 a 13 dias os filhotes normalmente saem dos ninhos. Assim, necessário se torna que sejam monitorados, considerando que não obtenham êxito naquele primeiro momento, face à natural insegurança pelo fato de, conjuntamente, abrir o bico e equilibrar-se .
Assim, caso isso ocorra, deverá ser auxiliado pelo menos três vezes ao dia, recebendo manualmente a papinha até que a mãe volte a alimentá-lo.


Quanto à sexagem é muito difícil nos filhotes de 2 a 3 meses; a única maneira segura será através do DNA;  há tecnologia para se fazer este tipo de sexagem, em laboratórios especializados. Outro método  é a observação que se pode fazer traçando uma linha  reta passando por baixo do bico de cima em direção dos olhos, dizem  que no macho ela passará por baixo do olho e na fêmea irá de encontro com o centro da cavidade ocular.  Dizem, também, que o pássaro macho, ainda no ninho,  tem a largura  das costas mais estreita do que da fêmea. Mas não é um método seguro.

Separação

A separação literal ocorre entre 33 e 35 dias. Há de se observar se o filhote está realmente alimentando-se em sua nova morada.
É importantíssimo que sejam mantidas as mesmas disposições dos apetrechos da morada anterior, tais como comedouros e bebedouros, os quais deverão obedecer a mesma padronagem e cor, evitando-se mudanças radicais as quais causarão estranheza.
O período de separação, por ser crucial, em alguns casos podem ser inclusive traumáticos. Para evitar-se o "stress", aconselha-se manter irmãos da mesma ninhada na mesma gaiola, até que se tenha absoluta certeza de que estão competentemente alimentando-se sozinhos. Registre-se que há casos de filhotes que não se conformam com a separação e piam copiosamente. Nestes casos, retorne-os às gaiolas de suas respectivas mães por mais alguns dias.
No caso de filhotes destinados à venda, adota-se o mesmo critério quanto ao tipo e cor de bebedouros e comedouros pelas razões acima descritas.
Temos observado que filhotes cujas mães alimentam-se com ração extrusada, mesmo quando na proporção de 50% com grãos de sementes, a separação pode ocorrer antes do prazo normalmente considerado (33 a 35 dias). Isto porque os extrusados são bem mais macios e menos rígidos que os grãos de sementes, ficando mais fácil a absorção da alimentação pelo filhote .

Fonte. www.sitiodocurio.com.br

Torneios de canto e suas modalidades. O tão cobiçado Troféu Ana Dias.


FIBRA:

O torneio de fibra é onde são colocados os pássaros lado a lado, na distancia de 25 cm no formato de um círculo.
Essa modalidade mede a fibra do curió, trinca ferro, coleiro e bicudo. Vence aquele que cantar mais durante a marcação que é feita durante 15 minutos.
No caso do curió e bicudo, o juiz faz a marcação eletrônica, assim que o pássaro abrir o bico para cantar ele aperta o marcador, soltando quando os pássaros parar de cantar.
Em média o curió e o bicudo que vence, canta varias vezes até formar um total de tempo. Que pode chegar até 8 ou 9 minutos, dentro dos 15 minutos de avaliação.
No caso do trinca ferro e coleiro, o juiz faz a marcação manual em uma cartela numerada de 1 até 250, assim que o pássaro abrir o bico para cantar ele risca um número na cartela.
Em média o trinca ferro e o coleiro que vence, canta varias vezes até formar um número total de cantadas. Que pode ultrapassar até 200 cantos, dentro dos 15 minutos de avaliação.


CANTO LIVRE:

Ele se divide em três partes e não é avaliada a qualidade de canto, mais sim a quantidade de canto do pássaro durante 5 minutos de avaliação.

SEM REPETIÇÃO:

São computadas todas as cantadas que o pássaro der na sua apresentação, sendo que essas cantadas não poderão ultrapassar 15 segundos.

COM REPETIÇÃO:
 
São computadas todas as cantadas que o pássaro der na sua apresentação, sendo que essas cantadas não poderão ser inferior a 15 segundos.
Em ambos os casos a marcação também é eletrônica, cabendo ao juiz apenas apertar o botão toda às vezes q o curió cantar.

CANTOS CLÁSSICOS:

Os pássaros se apresentam sozinho e a mesma, dura 5 minutos, (podendo cair para 4 dependendo do numero de participante).

A diferença é na avaliação que é feita por juizes sem marcação eletrônica, as avaliações seguem o regulamento dando ênfase em andamento de canto, voz, melodia, colocação de notas e apresentação, (disposição e repetição). 


Este é o tão cobiçado Troféu Ana Dias

 

O troféu “ANA DIAS – CURIÓ DO SÉCULO” foi criado pelo Sr. Watter Moretti (Jundiaí-SP), juntamente com a artista plástica e escultora Semiramis Mojola, em 1987, em homenagem ao inigualável curió que em vida emocionou e encantou os amantes do Canto Praia Grande Superclássico.

Esse troféu é uma verdadeira obra de arte, de uma beleza incomum e fruto de uma excepcional inspiração de seus idealizadores.

A sua conquista representa a maior premiação que possa ser alcançada por um expositor de torneios de Canto de Curió Clássico Com Repetição. É realmente o sonho dos curiozeiros. Acreditamos que possa ser comparado ao “Oscar” do mundo do cinema.

Anualmente ele é dedicado ao Campeão Brasileiro dessa categoria e desde o seu invento, em 1987, os curiós que conseguiram essa extraordinária façanha foram os seguintes:

(Em l987 houve dois ganhadores)
1987 – Fumaça - de Benedito Morato do Amaral – Sorocaba-SP
1987 – Águia Negra – de Severiano Gonçalves – São Paulo-SP
1988 – Estrela de Prata – de Manoel dos Santos Filho – São Paulo-SP
1989 – Estrela da Prata - de Manoel dos Santos Filho – São Paulo-SP
1990 – Estrela de Prata - de Manoel dos Santos Filho – São Paulo-SP
1991 – Alvorada – de Juvêncio Pedro Dias – Bauru-SP
1992 – Alvorada – de José Antonio Carneiro de Souza Filho – Taubaté-SP
1993 – Alvorada – de José Antonio Carneiro de Souza Filho – Taubaté-SP
1994 – Curumim do Vale – de Luiz Carlos Lesen Escalante – São Paulo-SP
1995 – Jubileu de Prata – de João Batista Forlani Neto – São Paulo-SP
1996 – Jubileu de Prata – de João Batista Forlani Neto – São Paulo-SP
1997 – Pavaroti – de Renato Rossi – São Paulo-SP

1998 – Estrela da Serra – de Antonio Pereira da Silva – Botucatu-SP
1999 – Santa Maria – de Paulo R. Milian Martins – S. J. Rio Preto-SP
2000 – Dominique – de Francisco Parmigiano – São Paulo-SP
2001 – Cyborg – de Roberto Rivelino – São Paulo-SP
2002 – Big Brother – de João Batista Forlani Neto – São Paulo-SP
(Em 2003 houve dois ganhadores)
2003 – Big Brother – de João Batista Forlani Neto – São Paulo-SP
2003 – Valente – de João Batista Forlani Neto – São Paulo-SP
2004 – Cabeça Branca – de Luiz Sérgio da Silva – Marília-SP
2005 – Viola Neto – de Afonso Carlos Neves – Barretos-SP
2006 – Lual do Vale – de Luiz Carlos Lesen Escalante – São Paulo-SP
2007 – Menino Prodígio – de José Roberto Moretti – Jaboticabal-SP
2008 – Muralha – de Antonio José Pêcego – Uberlândia-MG
2009 - Professor – de Cesar Luis Coser – Cascavel-PR

Em 1991, o saudoso Watter Moretti, transferiu os direitos autorais do Canto do Curió Ana Dias ao Senhor Olívio Nishiura, o qual em consideração e especial estima ao seu amigo deu continuidade a essa significativa premiação.

Nesta oportunidade rendemos nossa singela homenagem póstuma ao seu criador Watter Moretti, bem como ao nosso querido amigo Olívio Nishiura pela perpetuação desse magnífico prêmio.

Se você é possuidor de um curió Praia Grande Clássico, poderá concorrer a esse belíssimo troféu, não esquecendo que quem compete é o curió e não o seu dono, porém, se você é proprietário de um curió competitivo e de ótima qualidade e não o expor em torneios, ele certamente ficará no anonimato.

Então, meu amigo, compareça e participe dos nossos torneios expondo seu pássaro; quem sabe será ele o grande Campeão desta temporada e, se me permite, fazendo uma respeitosa analogia com a Academia Brasileira de Letras, o seu nome poderá constar desta relação de imortais membros da “Academia Brasileira dos Curiozeiros Dedicados em Exposição” (ABCDE).

Antonio Pereira da Silva - Botucatu-SP