Criação de pássaros em ambiente doméstico - Criar e preservar.

Só existe uma solução para o IBAMA combater o comércio ilegal de pássaros silvestres, incentivar e apoiar a criação doméstica e  a criação comercial de pássaros, pois quanto mais filhotes nascerem, menos pássaros serão capturados e retirados de seu habitat.
Em muitos lares brasileiros se vê pássaros em gaiolas, um costume antigo que nossos antepassados cultuavam com muita paixão e carinho, tendo pássaros silvestres capturados na natureza, tendo em vista que no passado não existia criação de pássaros em ambiente doméstico ou criatório comercial e não existia leis ou órgão do governo que controlasse ou proibisse tal prática. No ano de 1967 foi criado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF, (hoje atual IBAMA) que passou a coordenar o manejo de passeriformes da fauna silvestre brasileira, em todas as etapas relativas às atividades de criação, reprodução, comercialização, manutenção, treinamento, exposição, transporte, transferências, aquisição, guarda, depósito, utilização e realização de torneios.
Muitas vezes se ouve falar na expressão “criação de pássaros silvestres em cativeiros”, denota para os leigos que “pássaros silvestres” é pássaros capturados em nossas matas e “cativeiro” palavra derivada de cativo, denota aos leigos pássaros em gaiolas submetidos a maus tratos. Para evitar uma interpretação equivocada, a expressão é: “criação de passeriformes em ambiente doméstico”.
Quando adquirimos ou reproduzimos um filhote nascido em ambiente doméstico, assumimos uma grande responsabilidade, todas as necessidades e vontades do pássaro depende de nós, uma missão prazerosa por todos os aficionados por pássaros, dedicando parte do tempo disponível na alimentação balanceada e farta do pássaro, frutas e verduras duas a três vezes por semana, gema de ovo cozida, troca de água diária, limpeza na gaiola uma ou mais vezes durante o dia, banheira com água, banho de sol, manter a gaiola sempre em local livre de intempéries do tempo, exemplo: sol forte, vento forte ou chuva. Sem dúvida, todos os apaixonados por pássaros, os trata como se fosse um filho.
No Brasil, infelizmente, o comércio ilegal de animais e pássaros é muito grande, sendo a terceira atividade com maior produção de dinheiro sujo que se movimenta no país, perdendo somente para o tráfico de drogas e armas.
Muitas ONGs são contrárias a manutenção de pássaros em gaiolas, independente de serem pássaros silvestres ilegais capturados na natureza ou criados em ambientes domésticos ou em criatórios comerciais devidamente legalizados, minando inclusive funcionários do IBAMA a se tornarem ativistas na defesa de suas causas. Muitas pessoas radicais, tem essa linha de pensamento, defendendo a infeliz idéia de que todos os pássaros tem que viver em liberdade, inclusive pássaros legalizados através de criação doméstica ou comercial. Em parte devemos concordar com essas ONGs e pessoas, pássaros silvestres nascidos em nossas matas devem mesmo é viver em liberdade, em seu habitat natural. Porém, o que discordamos em gênero, número e grau, é pássaros nascidos em ambientes domésticos e criatórios comerciais, devidamente legalizados junto ao IBAMA, serem soltos na natureza. Essas ONGs e pessoas radicais chegam até a defender a absurda tese de que o IBAMA proíba que os pássaros sejam criados em ambientes domésticos e criatórios comerciais, por certas espécies terem preços elevados, como bicudos e curiós, e que devido a isso, motiva os traficantes de pássaros a capturar e vender pássaros ilegais por um preço menor. Tese absurda e sem fundamentos, que deve servir de reflexão para pessoas radicais que tem essa linha de pensamento, se pássaros não forem mais criados em ambientes domésticos e criatórios comerciais, os traficantes de animais e pássaros irão capturar e vender pássaros aos montes, aumentando consideravelmente o comércio ilegal e contribuido para a extinção de pássaros, considerando que o brasileiro apaixonado por pássaros, sempre terá pássaros em gaiolas em suas residências, independente de ser anilhados ou não, legalizados ou não.
A tese que toda pessoa de bom senso defende, é de que quanto mais filhotes de pássaros nascerem em ambientes domésticos e criatórios comerciais, menos pássaros silvestres serão capturados e retirados da natureza. Para que isso aconteça realmente, os criadores de pássaros precisam do incentivo e apoio do IBAMA, inclusive de uma revisão urgente na IN 15/2010, principalmente nos Artigos 5º e 9º, que determina que todo criador amador crie 10 filhotes/ano e que não ultrapasse um teto máximo de 30 pássaros em seu plantel. Essa revisão na IN 15/2010 deve determinar  um número maior de filhotes/ano por criador ou, sem utopia, não ter limites no número de filhotes/ano, limitando apenas o número de galadores e matrizes em no máximo 200 pássaros no plantel de cada criador.
Só existe uma solução para o IBAMA combater o comércio ilegal de pássaros silvestres, incentivar e apoiar a criação doméstica e  a criação comercial de pássaros, pois quanto mais filhotes nascerem, menos pássaros serão capturados e retirados de seu habitat natural.

Vilson de Souza - Sorocaba-SP
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