Olá amigos criadores, quando setembro chegar, irá iniciar o período reprodutivo dos curiós e em breve os filhotes começarão a nascer, vamos a algumas dicas importantes na alimentação manual, principalmente aos criadores com pouco experiência, que estão reproduzindo a primeira ninhada de filhotes.
A preparação da papa que será
fornecida aos filhotes requer alguns cuidados. Nos primeiros dias deve ser
servida mais diluída, sendo engrossada progressivamente até o sexto ou sétimo
dia. A partir daí seguem duas partes de água para uma da farinha. Na própria
embalagem da Papa da Alcon é enunciada a sugestão de 1 parte do produto para 5
partes de água no primeiro dia e 1 parte do produto para 2 partes de água, a
partir do sétimo dia de vida dos filhotes. Recomendo a sugestão do fabricante.
A papa deve ser servida a
uma temperatura de 38°C. Estabelece-se a seguinte rotina de preparo:
Aquecer cerca de 100 ml de água até o
início da fervura. Encher uma xícara de cafezinho (usar as de porcelana) com a
água aquecida. Encher a seringa que será usada com a água aquecida. Esvaziar,
após alguns segundos a xícara, que ficou aquecida pela água. Colocar uma colher
de chá da papa da Alcon. A colher deve ficar rasa, com a mesma quantidade de
farinha que conterá de água. Em seguida adicionamos a água. Tantas colheres
cheias quantas forem necessárias para a proporção desejada. Mexer muito bem a
papa, de forma a que fique totalmente homogênea. Quando estiver pronta, a papa
deve ser aspirada através da ponta que será usada na seringa. A seringa também
foi previamente aquecida pela água quente. Nunca deve ser retirado o êmbulo da
seringa para seja cheia por trás, pois alguma porção da papa que não esteja bem
dissolvida pode entupi-la.
Procede-se dessa forma, com
tranqüilidade, terá a papa com a temperatura próxima dos 38°C recomendados.
Pelo tato pode-se avaliar a sua temperatura.
Costuma-se incluir, diariamente,
em uma das refeições, uma gota de Aminosol. Isso a partir do sétimo dia de vida
do filhote. Embora não tenhamos conhecimento de nenhum trabalho científico que
recomende o uso do Aminosol nessas condições, sempre se faz, e não se vê até
agora razão para alterar tal procedimento.
Quanto a seringa a ser empregada,
melhor que possua dosador, pois é muito difícil pressionar o êmbulo de forma a
fornecer uma porção adequada e regular à cada filhote. Uma agulha sem ponta, e
preferencialmente curva, é de grande ajuda. Embora esse material possa ser
improvisado ou adquirido em lojas de material odonto-hospitalar, existem
dosadores fabricados para esse fim específico, nas agro-pet que vendem produtos
para pássaros, que podem ser adquiridos no comércio especializado.
As lojas que vendem produtos para pássaros, geralmente comercializam através de pedidos via internet, um Kit da Zootech, que é boa opção para quem
reproduz variadas espécies de pássaros.
Como é montado em seringas BD de
10 ml, fica fácil a sua renovação, bastando adquirir, em qualquer farmácia, uma
nova seringa. Lubrificar diariamente a parte de borracha do êmbulo da seringa prolonga
muito sua vida útil.
A papa deve ser depositada sobre
a língua do filhote e após o início da formação do bico. O filhote deve abrir o
bico espontaneamente. Nunca deve ser forçado. Na segunda ou terceira refeição
já estão espertos, facilitando o trabalho com a seringa. A quantidade é sempre pequena.
Uma gotinha de cada vez. Se o filhote sacudir a cabeça, tentando livrar-se da
papinha será por essa ter sido depositada em local inadequado ou em quantidade
excedente.
Não podem ficar restos de papinha
no bico, corpo do filhote ou no ninho. É fungo na certa. O papo não deve ficar
demasiadamente cheio. Os filhotes são gulosos e mesmo alimentados ficam pedindo
mais e mais comida.
É necessário limpar o bico dos
filhotes após cada refeição. Para isso empregue pedaços de guardanapos previamente
cortados com tesoura.
A partir de 10 ou 12 dias de vida os filhotes
começam a ficar irrequietos no ninho, ficando pousados em suas bordas e mesmo
saltando para fora. Daí em diante é preciso cuidar para que não caiam e se
machuquem, principalmente durante as refeições. É mais confortável retirar o
ninho da incubadora na hora de alimentar os filhotes. Daí a preocupação com uma
possível queda.
Na medida em que vão se
desenvolvendo, os filhotes não param quietos na incubadora. Já estando mais
empenados estão menos sensíveis as variações de temperatura. Nessa fase é
melhor transferi-los para pequenas gaiolas, que podem ser dotadas de aquecedor
elétrico ou serem encapadas e colocadas próximas de alguma lâmpada de
aquecimento. Transferidos para as gaiolas, devem ter acesso à comedouro com
rações e farinhadas e a um bebedouro com água. Quando iniciarem o consumo voluntário
da farinhada, ofereça a mistura de sementes. É necessária muita sensibilidade
para saber a hora de reduzir a papinha na seringa, estimulando o consumo
voluntário.
Os filhotes criados sem a mãe,
apresentam um pouco mais de dificuldade para se adaptarem com a dieta comum.
Certamente pela falta do seu exemplo.
A alimentação manual dos
filhotes, também pode ser implementada em apoio a alimentação dada pelos pais,
com grande sucesso para o desenvolvimento dos filhotes. Nesse caso, devem ser
fornecidas apenas algumas porções aos ninhegos, sem nunca completar os seus
papos, para que continuem com apetite e pedindo comida aos pais. Se forem
saciados plenamente, a fêmea pode perder o estímulo e parar de alimentá-los.
Fonte: www.cantoefibra.com.br
Vilson de Souza.
Vilson de Souza.